Sarampo: Aumento de casos não é motivo de pânico, diz especialista.



O Sarampo é uma doença viral extremamente contagiosa e sua transmissão se dá de pessoa a pessoa por meio de secreções. Seus principais sintomas são febre, tosse, manchas avermelhadas na pele, conjuntivite, coriza e dores no corpo. Mas possíveis complicações, como otites (inflamações no ouvido), pneumonias, encefalites e aborto ou parto prematuro em gestantes, tornam a doença motivo de grande preocupação.

Nos últimos meses foram divulgadas diversas notícias a respeito do aumento de casos de sarampo no Brasil, e o Ministério da Saúde chegou a recomendar que se intensificasse a imunização da população. Entretanto, de acordo com a infectologista Isabella Ballalai, da Sociedade Brasileira de Infectologia, os 55 casos confirmados e os cerca de 70 suspeitos da doença em três estados do País não indicariam a necessidade de grande preocupação, já que não há risco de haver um surto de sarampo no Brasil, segundo ela. Contudo, a especialista alerta apenas para a necessidade de manter a vacinação em dia.

“O que temos são casos isolados de brasileiros que pegaram a doença no exterior. Por isso não é necessário alarde, mas é necessário chamar a atenção de todos, principalmente do adolescente e do adulto, de que todos precisam estar com a vacina em dia. E que quando se viaja para a Europa, principalmente, saber que lá o sarampo ainda é um problema grande, uma vez que eles vivem usualmente surtos da doença”, ressalta.

Para o Governo, a alta incidência de sarampo, principalmente entre as crianças menores de 5 anos de idade, representa um alerta de que a cadeia de transmissão viral necessita ser interrompida, pois esse é o grupo capaz de manter a circulação do vírus na população. Por isso, visando impedir novos casos, a vacinação é prioritária já desde os primeiros meses de vida.



Eliminação da doença

Apesar de já ter sido interrompida no Brasil desde o ano 2000, a transmissão do vírus do sarampo ainda se dá devido a casos registrados provenientes de outras nações. Desde então, o ano com mais casos da doença no País foi 2006, com 57, marca que influenciou para que o Brasil solicitasse à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) o certificado de eliminação da doença.

De acordo com o Ministério da Saúde, não há no País uma transmissão sustentada da doença. Os casos recentes seriam, portanto, classificados como decorrentes de um vírus importado. Para a infectologista é importante conscientizar a população da importância de não esperar uma campanha de vacinação para evitar a doença.

“A vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) está disponível a todos os brasileiros, homens e mulheres. Todo mundo tem que saber que são necessárias duas doses da vacina na vida. Porém, muitos adultos tomam a vacina de sarampo quando bebê, aos 9 meses de idade, mas não sabem que só essa dose não é válida”, alerta.

Agência Unipress Internacional

Comentários