Câncer de Boca


O câncer de boca pode incluir qualquer tumor maligno que apareça no lábio, na língua, na superfície interna das bochechas, no palato duro (a parte anterior do “céu da boca”) ou as gengivas. Os cânceres que estão na parte mais posterior da boca, como aqueles do palato mole (a parte posterior do “céu da boca”) ou da garganta, não são considerados cânceres de boca.

Normalmente, o câncer de boca é do tipo “carcinoma de células escamosas” no qual as células do revestimento da boca crescem e se dividem de um modo descontrolado.
O câncer de boca acontece mais freqüentemente nos homens que nas mulheres - 75 e 25% respectivamente. O número de casos novos de câncer de boca tem diminuído lentamente durante as últimas duas décadas.

O câncer de boca está fortemente associado com o ato de fumar ou de mastigar tabaco: aproximadamente 90% das pessoas com cânceres de boca são fumantes. O risco aumenta com a quantidade e duração do tabagismo. O uso de álcool e a exposição à luz solar também aumentam o risco de câncer da cavidade oral.

Pessoas com câncer de boca têm mais probabilidade de desenvolverem câncer de laringe (órgão responsável pela voz), de esôfago ou de pulmão.

Quadro Clínico

Possíveis sintomas do câncer de boca incluem:
oUma ferida na boca que não cicatriza (este é o sintoma mais comum do câncer de boca),
oUma região na boca que se torna descorada e permanece deste jeito,
oUm nódulo (caroço) persistente e endurecido em sua bochecha,
oUma dor de garganta persistente,
oMudanças na voz,
oDificuldade para mastigar ou engolir,
oDificuldade para mover a mandíbula ou a língua,
oDentes soltos,
oAmortecimento da língua ou de outra área da boca,
oDor ao redor dos dentes ou da mandíbula,
oDor ou irritação na boca que não melhora,
oPerda de peso sem explicação,
oInchaço na mandíbula — Isto pode tornar as dentaduras frouxas ou torná-las incômodas,
oUm caroço no pescoço,
oUma sensação persistente de que algo está grudado em sua garganta.

A maioria dos sintomas dos cânceres de boca pode ser causada por outras desordens, menos sérias. Mas se qualquer sintoma dura duas semanas ou mais, eles merecem a avaliação de um médico.

Diagnóstico
O diagnóstico começa com a história clínica e o exame físico. Se o paciente tem sintomas ou não, uma consulta de rotina ao médico ou ao dentista deve incluir um exame da boca para procurar anormalidades. Eles podem detectar um caroço ou a presença de massas. Se o médico ou dentista suspeitarem de qualquer coisa anormal, eles solicitarão exames complementares.
O próximo passo pode ser uma indicação de um cirurgião de cabeça e pescoço ou um otorrinolaringologista. Exames diagnósticos normalmente são realizados no consultório ou em centros de pequena cirurgia. Para descartar a presença de um câncer, o cirurgião fará uma biópsia que envolve a remoção de um pequeno pedaço de tecido da área anormal a ser examinada em um laboratório.

Como o câncer de boca está relacionado a outros tipos de cânceres, o diagnóstico geralmente é seguido de exame da laringe, do esôfago e dos pulmões através de uma laringoscopia, uma endoscopia digestiva alta e de um RX de tórax.

A probabilidade e velocidade de recuperação com o tratamento variam, dependendo consideravelmente de muitos fatores, incluindo onde o câncer é encontrado, do quão distante ele se espalhou, e da saúde geral do paciente. Depois que o câncer foi tratado, o paciente pode precisar de treinamento ou tratamento adicional para recuperar a capacidade de falar e de engolir como antes.

Prevenção
Os maiores fatores de risco para o câncer de boca incluem o ato de fumar e o consumo de tabaco (mastigar tabaco). Ingerir álcool é outro fator de risco significativo. Se a pessoa fuma ou usa tabaco, ela deve pedir ajuda para parar imediatamente. Toda pessoa que fuma ou consome tabaco deve ter sua boca examinada por um médico ou dentista pelo menos uma vez por ano a procura de áreas que pareçam anormais de forma que o câncer possa ser achado em uma fase precoce.

O câncer do lábio está associado com a exposição à luz solar. Se a pessoa fica exposta à luz solar, especialmente no trabalho, ela deve tentar evitar o sol durante as horas ao redor do meio-dia, usar um chapéu de bordas largas, e usar protetor solar e labial que protegem contra a luz ultravioleta.

Tratamento

Os médicos identificam o desenvolvimento de um câncer através de uma escala (estágios). Um Estágio 0 ou I é quando o tumor não invadiu muito longe os tecidos em volta, enquanto um tumor na fase III ou IV pode estar penetrando além de tecidos ao redor.
O tipo de tratamento recomendado varia, dependendo da origem do câncer e de sua fase de desenvolvimento. Os tratamentos mais comuns para o câncer de boca são a cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia.

•Cirurgia - O tratamento mais comum, envolve a remoção do tumor e de um pouco do tecido ao redor. Em muitos casos, a cirurgia pode ser feita diretamente pela boca, mas em outros casos, os tumores precisam ser alcançados pelo pescoço ou através da mandíbula. Quando as células do câncer se esparramam além da cavidade oral para os linfonodos (ínguas), uma cirurgia chamada dissecação de pescoço remove os linfonodos cancerosos na esperança de conter o avanço do câncer, antes que ele se esparrame ao longo do corpo.

•Radioterapia – A radioterapia usa raios de alta energia para destruir as células do câncer e é o tratamento primário para alguns tumores pequenos. Também pode ser usada depois da cirurgia para ter certeza que todas as células do câncer foram destruídas. Também pode ser usada para aliviar os sintomas como a dor, a hemorragia e a dificuldade de engolir, até mesmo quando não pode curar o câncer. Isto é chamado cuidado paliativo.
Que efeitos colaterais a radioterapia produz na boca?
Quando a radioterapia é usada na área de cabeça e pescoço, muitas pessoas experimentam irritação ou ressecamento da boca, dificuldade de deglutir e perda do paladar. A radiação também aumenta o risco de cáries e, por isso, é muito mais importante cuidar bem da boca e da garganta neste período.
Converse com seu dentista e seu médico oncologista sobre os problemas bucais que você possa ter durante ou depois do tratamento. Antes de começar a radioterapia, não se esqueça de discutir com seu dentista os possíveis efeitos colaterais e a forma de evitá-los.

•Quimioterapia – O uso de remédios para eliminar o câncer pode ajudar a encolher tumores antes de cirurgia. Quando um câncer for muito grande para ser tratado com cirurgia, a quimioterapia combinada com radioterapia pode melhorar os sintomas reduzindo o tamanho do tumor. As duas drogas geralmente usadas na quimioterapia para tratamento dos cânceres de boca são a Cisplatina e o 5-fluorouracil (5-FU).

Se câncer é descoberto em uma fase mais precoce, as chances de tratamento com sucesso são muito maiores. Os tumores no estágio I e II são aqueles onde o câncer é menor que 4 centímetros em seu maior diâmetro, e não se esparramou para os linfonodos. Os cânceres de boca nesta fase podem ser tratados com uma boa chance de cura, usando cirurgia ou radioterapia. Qual tratamento o médico irá escolher pode depender do local do câncer. Se não houver possibilidade da cirurgia interferir com a habilidade da pessoa falar ou de engolir, normalmente ela é a preferida. A radioterapia pode irritar os tecidos saudáveis da boca ou da garganta, mas é uma escolha melhor para tratamento de alguns cânceres. Estágios III e IV são cânceres que estão mais avançados. Estes tumores são grandes, envolvem mais de uma parte da boca, ou se esparramaram para um linfonodo. Estes cânceres normalmente são tratados com cirurgia mais extensa, radioterapia, quimioterapia, ou radio e quimioterapia combinadas.

A recuperação dos tratamentos do câncer de boca também pode incluir a reabilitação para recuperar a habilidade de falar e de comer, como também uma cirurgia estética se uma cirurgia mais extensa foi feita.

Qual médico procurar?

Se você descobre um caroço (uma área de espessura ou textura incompatíveis) ou uma área descorada em sua boca ou em sua língua, marque uma consulta com um cirurgião de cabeça e pescoço ou um otorrinolaringologista o mais cedo possível.

Prognóstico

Quanto mais cedo o câncer de boca é descoberto, melhor o prognóstico. Quase 90% das pessoas com cânceres nas fases precoces sobrevivem 5 anos ou mais depois do diagnóstico. Para pessoas com cânceres na fase III ou IV que receberam todos os tratamentos indicados, a chance de permanecer livre do câncer durante os próximos 5 anos é de 20 a 50%. Até mesmo depois que cânceres pequenos tenha sido tratados e estejam completamente curados, até 40% das pessoas com câncer de boca desenvolvem um novo câncer mais tarde na boca, na cabeça ou no pescoço, assim, o acompanhamento médico a longo prazo é crucial.

Fonte: Colgate

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